Jornal O Clarim
Redação
Conforme o ser humano esforça-se em avançar rumo ao bom êxito no processo de reforma íntima, a força de vontade precisa ser redobrada para que sua capacidade de resistência não seja prejudicada.
Os hábitos do passado tendem a ser repetidos e, por isso, a vigilância necessita ser reforçada.
A maledicência representa, sem dúvida, uma das atitudes abraçadas no pretérito, mais próximo ou remoto, e que requer especial atenção para não se perpetuar.
A indulgência é sentimento doce e fraternal, que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso, reproduz Kardec no item 16 do capítulo X de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles – acentua a mesma mensagem.
A maledicência atrai vibrações de baixa frequência, pesadas, e portanto nocivas.
Ela, muitas vezes, está associada à perversidade, à traição e ao desejo de poder, podendo gerar cizânia.
Ela detrata, difama, articula o mal de alguém.
Ela é um cavalo de tróia para penetrar e dominar território alheio.
Ao praticá-la, a pessoa pode sentir a cobrança de sua consciência, especialmente quando está amadurecendo do ponto de vista espiritual.
No item 17 do mesmo capítulo, encontramos: O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas superficialmente os defeitos de outrem e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e virtuoso, porquanto, embora o coração humano seja um abismo de corrupção, sempre há, nalgumas de suas dobras mais ocultas, o gérmen de bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual.
Merece reflexão o conteúdo dos itens seguintes do capítulo, evitando-se o prazer de denegrir, a maldade, a intenção má.
No exercício do processo de reforma íntima, combater um defeito implica exercitar a virtude que se lhe opõe.
No caso da maledicência, o hábito a ser adquirido é o de bendizer.
Habituando-se a criatura a dizer o bem de alguém, exaltando o seu lado bom, atrairá vibrações de paz, por ser onda de alta frequência.
Para a harmonia do grupo – seja ele familiar ou outro qualquer –, bendizer ao invés de maldizer é fundamental.
Quantos contratempos e perturbações poderiam ter sido evitados se tal ou qual maledicência não houvesse sido proferida?
Quantas inimizades poderiam não existir se a ação maldizente não tivesse ocorrido?
Comentários maléficos, que destroem podem gerar resultados que levam décadas, ou até mesmo séculos, para serem reparados.
Elevar o pensamento, no momento em que a má língua tende a se repetir, é uma boa alternativa. É o caso, por exemplo, de refletir se é desejável para si o que se está prestes a fazer, ou falar, em relação ao próximo.
Maldizer, por alimentar ódio, rancor, desejo de vingança, pior ainda.
Quando o centro de interesses volta-se para se querer ser pessoa de bem – meta da reforma íntima –, o bendizer representa peça importante para domar as más inclinações.
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