quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Suspensão da mediunidade
Redação

A faculdade mediúnica está sujeita a intermitência e a suspensões temporárias.
O que mais influi nesse sentido é o uso que o médium faz da sua mediunidade.
Bons Espíritos podem abandoná-lo quando dela se serve para coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir palavras ou fatos por eles produzidos com fins determinados.
Esse dom, de Deus, é concedido ao médium para sua melhora espiritual e dar a conhecer a verdade aos homens.
Pode acontecer de a suspensão ocorrer para provar ao médium que sua faculdade não depende dele próprio, razão não havendo para que dela se vanglorie.
A interrupção da faculdade nem sempre é uma punição, tendo a pausa por objetivo proporcionar ao médium repouso material de que os bons Espíritos o julguem necessitado.
A suspensão da mediunidade pode servir ao médium, também, para pôr à prova a sua paciência e perseverança, bem como dar-lhe tempo para meditar sobre instruções recebidas, a fim de constatar a sinceridade do seu ideal espírita.
Há médiuns que não têm sua faculdade suspensa apesar de abusarem dela. Entretanto sofrerão as consequências desse mau uso, representando-lhes um aprendizado.
Esse é o resumo que Kardec coloca na questão 220 de “O Livro dos Médiuns”.
Importante, pois, refletir sobre os ensinos dos Espíritos, tendo por base as obras da Codificação.
Importante, também, o exercício do amor fraterno visando o bem do próximo.
O estudo da Doutrina e a vivência dos bons sentimentos permitem ao médium maior vigilância e melhor sintonia, no sentido de não servir de instrumento a adversários do bem, desencarnados, sempre dispostos a promover a discórdia e a desunião, ainda que, algumas vezes, de maneira sutil.
O médium ativo e atuante, de regra, está tendo a oportunidade de saldar débitos do passado através do trabalho na seara do bem. Com isso vai se aprimorando espiritual e moralmente na direção da maturidade que o ajuda a acertar cada vez mais em suas intenções, unindo teoria e prática no bom caminho da caridade.
O desprendimento substitui o personalismo, como a simplicidade e a modéstia substituem a vaidade e a presunção.
Importante ter em mente os objetivos maiores da mediunidade.
Como coloca o Codificador no item 10 do capítulo XIX de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, nos tempos atuais, de renovação social, cabe aos médiuns uma missão especial; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países, em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados.
Por isso mesmo importa não desviar do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida.
Nada melhor para o homem, ao retornar à pátria espiritual, do que ter a consciência tranquila do dever cumprido, de haver levado a cabo a sua programação reencarnatória.
Dessa forma, fazer o médium bom uso da sua mediunidade é caminho seguro para manter-se em harmonia com benfeitores espirituais, tanto durante o período de permanência na existência física quanto por ocasião da volta à verdadeira vida, quando chegar a hora.

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