Israel A. Alfonso
Algumas pessoas procuram o Centro Espírita quando o desespero faz com que elas vençam o medo e os preconceitos. Possivelmente, será a única vez que isso irá acontecer. Essa oportunidade única não poderá ser desperdiçada, para que essas pessoas possam encontrar algo novo, necessário para impedir que sejam dominadas, de vez, pela desesperança e desistam, até, da própria vida terrena.
É, pois, uma grande responsabilidade para os espíritas dar a essas visitas todo o cuidado que elas merecem. Perdê-las é fracassar, é deixar de cumprir a mais importante missão de uma casa espírita aberta à comunidade: acolher, para orientar e apoiar.
Não pode haver erro sem conseqüências, possivelmente dolorosas. Os que não receberem acolhida eficaz por parte dos responsáveis pelo Centro que procuram, podem sofrer muito.
Atendemos, não faz muito tempo, uma jovem senhora que recebeu, de um "guia"', o diagnóstico de que seu estado era gravíssimo. Saiu correndo do Centro, em desequilíbrio e apavorada com o diagnóstico recebido, a tal ponto que sua família, em plena n madrugada, teve que chamar um médico para atendê-la. Outro, desempregado, juntamente com a esposa, buscou ajuda e recebeu a informação de que somente existiam, ao seu redor, nuvens negras. Saiu do Centro em desespero diante do que o esperava na experiência já vivida.(?) Com "guias”. como esses, quem precisa de inimigos? Com Centros que abrem as portas para prestar esse tipo de "ajuda", quem precisa procurar problemas para piorar a vida?
Mas, se não se têm a infelicidade de encontrar, nos Centros, "guias" despreparados, poderão deparar-se com outras situações, corno, por exemplo, ser ignorados pelos freqüentadores do Centro, saírem de lá sem qualquer orientação, ou mesmo sem um convite para que retornem. Essas situações podem ser tão desastrosas quanto a de receber os "conselhos" exemplificados acima.
Por isso, o Centro Espírita deve estar preparado para receber as pessoas que o procuram. Deve procurar conhecê-las, quando chegam. Deve ter equipe preparada para ouvir e encaminhar á atividade da casa que melhor atenda cada caso. Muitas vezes, o problema nem é de ordem espiritual: as pessoas precisam sentir apoio e encontrar interlocutores sérios, preparados para ouvir e interessados nessa tarefa
Seriedade, planejamento, avaliação dos resultados dos casos assistidos, preparo dos médiuns e das pessoas que trabalham são absolutamente necessários para que possamos realizar um bom trabalho.
Creio que já é hora'de os Centros priorizarem a evangelização, o trabalho de orientação e apoio aos encarnados, deixando de lado a dedicação, presente em muita casa Espírita, quase exclusiva ao mediunismo, muitas vezes exibicionista.
Dirigente Espírita – Janeiro e Fevereiro de 2000.
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