quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Vida na Terra

Dra. Adriana Dias da Cunha Oliveira

Se observarmos, há um ou dois séculos atrás, veríamos que o mundo em si, evoluiu. Antes os homens demoravam dias para se locomover a certas distâncias e para se comunicar. Gradativamente, e com muito esforço e desejo de progresso, surgiram os primeiros meios de locomoção, os primeiros carros, o primeiro avião, até chegar a aparelhos possantes. Inventaram o telégrafo, correios precários e, hoje, temos o telex, a Internet, ligações intermundiais.

O campo médico evoluiu bastante. Até há um século, haviam pestes, doenças epidêmicas não controláveis, que matavam populações inteiras, até surgirem as vacinas, os medicamentos salutares à vida, graças às pesquisas humanas, exaustivas e constantes de pessoas que dedicaram toda uma vida na descoberta de meios para salvar o homem e melhorar sua qualidade de vida e a cura d várias doenças.

Até bem pouco tempo, o ser humano adentrava ao mundo através do parto normal, que, em vezes sem conta, se complicava, perdendo-se muitas mães, muitos bebês. Então se iniciaram as cesarianas, que vieram dar mais chances de sucesso nos casos complicados e o homem, mais uma vez, se viu cercado de mais recursos para a vida. Não haviam anestesias, e quando em último caso se recorria à cirurgia, esta era feita com muita dor e sofrimento. E foram surgindo medicamentos potentes para aliviar a dor operatória e técnicas mais especializadas. Hoje já se tem cura para muitos tipos de câncer e já se estabiliza a AIDS.

Há algumas décadas, nossas bisavós precisavam fazer sabão em casa, moer café todos os dias, buscar água na cisterna, esquentá-la no fogão para tomar banho. Agora, a energia e a água entram em nossas casas com a maior facilidade, que nem sequer paramos um minuto para refletir nisto tudo.

As mulheres passavam dias tecendo fios de algodão, para costurar nas mãos as vestes precárias. Hoje vamos nas lojas e as encontramos de todas as formas, gostos e tamanhos.

Temos televisão, telefones mirabolantes, aparelhos eletrodomésticos, cada vez mais desenvolvidos para nos servir, para facilitar nosso viver, nosso dia a dia. Tornou-se fácil se locomover, se comunicar de todas as maneiras. Mas se por um lado, houve progresso material, muito ainda temos que evoluir espiritualmente.

O ser humano nem sempre agradece a Deus a chance de todas estas facilidades, e vem se esquecendo dos meios principais que permitem o viver, sem os quais a vida seria impossível mesmo com tanta tecnologia, que é a natureza, as florestas, as matas, os rios, a água cristalina. Desmatam-se as florestas, o clima se altera, a água vai se tornando bem perecível.

Ainda temos visto aquelas pessoas, que sem nenhum respeito pela vida, que dizem Ter um Deus, a dedicar suas vidas para produzir bombas, armamentos, munições de toda a espécie. Ensinam as suas crianças, desde cedo, a usar armas, a cultuar a morte, a guerra, a violência. Pessoas sem alma, que não pensam em progredir materialmente e espiritualmente, em respeitar seus semelhantes, seus filhos, suas mulheres, que são senão um objeto descartável. Um mundo de guerras constantes, onde nada se constrói, a não ser o ódio e desavenças e vivem, por isto, em plena miséria material, moral e espiritual. Pessoas que não medem conseqüências de seus atos criminosos, violentos e têm orgulho em matar, em destruir. Em um dia, são capazes de lesar o que demorou séculos para ser construído.

Homens, elevem seus pensamentos a Deus, em prece de respeito, reconhecimento e pedido de proteção, enquanto houver tempo. Vamos pensar na paz mundial, no mundo sem violência, sem maldade, sem ataques terríveis ao próprio companheiro de caminhada. Vamos pensar em preservar nossas florestas, evitar destruições ambientais, valorizar a água. Pensar em viver com mais igualdade de posições, de posses, com menos egoísmo, para que não haja tantas mortes causadas pela fome, pela carência material e pela dificuldade de acesso à saúde.

Valorizemos o que nossos antepassados conquistaram, para tivéssemos mais recursos e conforto.

Esperamos que o homem não mais se destrua em guerras mundiais, levando a perder tudo o que já está construído, porque, através destes atos, podemos perder o chão em que pisamos, o teto que nos abriga, a água que nos revigora, o alimento que vem da Terra.

Homens, liguem a Deus, porque, pelos atos bárbaros que temos visto, atentando contra o ser humano e a natureza, corremos o risco de que os próprios elementos da natureza se desequilibrem, causando grandes catástrofes, que já são previstas pelos biólogos, geólogos e demais cientistas. Reflitam em ter que viver tão carentes de recursos, a ter que aprender novamente a sobreviver num solo áspero, sem plantas, sem água, sem vestimentas, procurando peixes ou uma caça para cozinhar, num fogo feito entre as pedras, sem teto para se abrigar.

Acordemos para tudo isso enquanto o relógio do tempo corre e somos chamados para aprendermos a vislumbrar, acima de nós, um céu azul, um sol que ilumina, a água que cai em forma de chuva, e, reconhecer que tudo isto ocorre graças ao Ser maior que é Deus, que cria, que governa, que rege, e que é só amor, é só vida.

Uberlândia, 22 de setembro de 2001

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